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Presa por um fio

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  Gostava muito de vos dizer que a vida é bela, em tons rosa e cheia de arco-íris cintilantes. A sério que gostava. Mas os últimos dias têm-se pintado de cinza escuro e a esperança parece estar falecida num canto da sala.     A maioria das mulheres concordará comigo se eu disser que ser mulher é difícil. Apenas SER mulher. Com marido ou sem marido, com filhos ou sem filhos, com trabalho ou sem ele. Qualquer mulher que queira O melhor, que queira SER melhor, é confrontada com um conjunto de exigências: a alimentação que deve ser saudável, o exercício físico para ter mais saúde, o tempo que se deve encontrar para o “eu”… e estou a referir-me às coisas básicas para que alguém esteja de bem consigo. Não incluo aqui as 527 mil coisas que uma mulher se sente compulsada a fazer pela influência (consciente ou não) do que a sociedade nos impõe. Não me estou a referir àquela parte de sermos mulheres impecavelmente maquilhadas, com roupa apresentável, chef de haute cuisine , mulher sed

Clausura

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Confinamento = Estado ou condição do que está em lugar fechado ou impossibilitado de sair. O mesmo que Clausura , Isolamento, R etiro     Menos de um ano passou desde que confinámos pela 1ª vez. 16 de março de 2020. Não tenho como esquecer a data. A minha criança do meio fez anos, sem direito a festa, nem bolo. Apenas um jantar improvisado a achar que tudo estava bem. Não sabíamos, mas fizemos a festa com uma sombra a pairar sobre nós. Com um turbilhão de sentimentos a batalhar dentro da alma: fechados em segurança enquanto o Corona Virus se espalhava nas televisões e semeava o medo pelas ruas. Queríamos muito regressar rapidamente à nossa rotina, esperando que tudo não passasse de um pesadelo. Mal nós sabíamos que passado 10 meses voltaríamos a estar encerrados em casa. Protegidos? Sim, sem dúvida. Com condições que muitos almejam ter: uma casa, um lar, um sítio seguro. Frigorífico cheio, conforto, fechados mas com acesso ao mundo (internet, telemóveis, computadores e afin

Não há lugar como o nosso lar*

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*There’s no place like home (O Feiticeiro de Oz)   2020 terminou. Foi um ano do catano. O corona vírus fechou-nos em casa em Março e ainda estamos, a medo, a abrir as portadas de nossas casas. Foi um ano de teletrabalho e aulas online. De cozinhar e engordar. De aprender a não sair de casa. Foi um ano de voltar à tele-escola e de reuniões de trabalho com as caretas dos filhos como pano de fundo. Foi o ano em que perdemos muitas vidas e que perdemos uma vida que nos era muito especial. Foi um ano que nos deixou a trepar paredes, a apreciar a varanda (e tentar não nos atirar dela abaixo), a contar cada metro quadrado e a agradecer por sermos os sortudos que têm um pouco de jardim nas traseiras da casa. Foi um ano duro, mas também de conquistas e superações. O outfit of the year foi o fato-de-treino. E isso devia ser bom. Mas a verdade é que andar de fato-de-treino para mim significa não ter roupa que me sirva. Foi o ano em que perdi mais cabelo do que em 3 pós-partos junt

O melhor da vida começa aos 40!

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Vou fazer 40 anos.  Toda a gente me fala da ternura dos 40, que os 40 são os novos 30, que a melhor fase da vida está a começar. Não consigo deixar de olhar ao meu redor e ver que muitas recém-quarentonas estão em belíssima forma: Estabilidade de 50, corpinho de 30 e   alegria de 20! Algumas abraçaram com entusiasmo a nova etapa e outras demoraram a digerir os “enta”. Se até há pouco tempo tinha dúvidas, nas últimas semanas constatei com tristeza que me encontro no 2º grupo. Tenho razões e provas científicas disso. E vou revelá-las na minha minha mini-novela-mexicana intitulada:  “A   *#$&%*   da Ternura dos 40” Episódio 1:   Para entrar nos 40 é preciso tomar as medidas certas  Num encontro marcado e remarcado 527 mil vezes, lá se conseguem juntar amigas de longa data num bar in da praia. Quase todas da mesma idade (julgo que eu seria a mais nova) e em fases mais ou menos parecidas da vida, ficámos na mesa mais perto da areia como fazem os mais cool . Ótim